sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Iguana, de Monte Hellman (1988)

A minha teoria confirma-se, em parte. Quando Monte Hellman se aventura por géneros cinematográficos mais originais assina boas obras. Quando opta por géneros mais tradicionais falha redondamente. Já tinha reparado quando vi «A Estrada Não Tem Fim» e confirmei hoje com este «Iguana», um filme marítimo que tenta passar por filme de piratas mas não consegue.

A iguana que dá título ao filme não é um réptil mas a alcunha do arpoeiro Oberlus (Everett McGill) que se dedica ao culto da magia negra e é maltratado pela tripulação do seu navio, que o deixam desfigurado depois de uma sessão de tortura, na sequência da qual foge para uma ilha deserta. Nesta ilha Iguana cria o seu reino e declara guerra à Humanidade pelo mal que lhe tem causado. E é nessa guerra que vai fazendo escravos todos os que têm o azar de ir parar à ilha, onde também cria as leis à sua medida.

Começa com um antigo companheiro de mar (um Michael Madsen a dar os primeiros passos no cinema, mas com uma prestação muito pobre) que se torna o seu lugar tenente mais tarde, depois são três náufragos e uma mulher que Iguana faz sua 'esposa' à força (Maru Valdivielso), violando-a sempre que pode, acabando por a engravidar. Esta gravidez terá um grande papel no final do filme.

Pelo meio Iguana rapta o seu antigo comandante (Fabio Testi) que tinha resolvido passar pela ilha na tentativa de o matar. Durante a sua estadia na ilha do Iguana tenta fugir, mas acaba por morrer numa luta com o seu rival. Luta essa que está bem longe dos clássicos espadachins.

Além dos belos cenários, cuja localização não é desvendada na ficha técnica mas calculo que sejam paisagens espanholas, visto que o filme é uma produção do nosso país vizinho, pouco se retira deste «Iguana». As personagens não têm grande profundidade e são algo caricaturais, o argumento muito pobre.

Mas é sempre curioso ver a presença de Michael Madsen, o mesmo que teve uma genial prestação como Mr. Blonde em «Cães Danados», de Quentin Tarantino. E a falar espanhol, pois a cópia que passou no ciclo da Cinemateca dedicado a Monte Hellman é dobrada em castelhano.

Nota: 1/5

Site do filme no IMDB

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